ABSTRACT
Objetivo: Avaliar o aspecto clinicoepidemiológico de casos de malária no Distrito Federal (DF), transmitidos por imigrantes infectados. Material e Métodos: Em estudo retrospectivo, foram estudados prontuários de 31 pacientes do Hospital Universitário de Brasília (HUB) cujos dados clínico-epidemiológicos foram registrados, em fichas padronizadas, no período de 1985 a 2000. Resultados: A infecção pelo Plasmodium falciparum foi a mais freqüente (61,3 por cento). Cerca de 41,9 por cento dos pacientes foram multiinfectados. A doença ocorreu, sobretudo, em adultos de 30 a 49 anos (51,6 por cento). O tempo de confirmação foi 4,3 dias em médica. Não houve óbito, nem registro de caso autóctone do Distrito Federal no período do estudo. Conclusão: A maioria dos pacientes com malária tinha P. falciparum. Na área extra-amazônica, algumas vezes o tratamento é retardado por dificuldade para estabelecer o diagnóstico. Estudos clinicoepidemiológicos, em áreas não-endêmicas, indicam necessidade de preparar recursos para executarem rápida confirmção e pronta intervenção terapêutica. A contínua migração de pacientes da Amazônia, infectados pelo Plasmodium e a possibilidade de tais pacientes concorrerem para a introdução da malária em áreas receptivas justificam a necessidade de centros de referência e de padronização de condutas para benefício de programas de assistência.